Valter, Henry e Diego


Valter Silva - Violão 7 Cordas

Valter é um veterano que, do alto de seus 70 anos, empunha seu 7 cordas com um estilo próprio de um mestre, com liberdade rítmica e melódica a partir do profundo conhecimento e intimidade com a linguagem do samba e choro e uma grande experiência acumulada ao longo da carreira. Sua atuação como músico acompanhador lhe rendeu conhecimento também em outros estilos musicais, a estética necessária para ser também um grande improvisador e criador de grande solos. Segundo ele, fez seu estilo reunindo “as frases do Dino, ouvindo os contrapontos do saxofone do Pixinguinha e estudando e aperfeiçoando as frases do Raphael Rabello”. Viveu ainda na juventude o final da Era de Ouro do rádio, tocando diversos instrumentos e sempre foi considerado pelos puristas da época como moderno.

Atuou no tempo das rádios, sendo bastante presente na programação da Mayrink Veiga, Vera Cruz e Mundial com seu 7 cordas junto a grupos regionais (choro), e também tocava guitarra em bandas de baile. Autodidata, desde 1960 trabalha só com música, já tocou e gravou com os mais importantes nomes do choro e da música popular brasileira: Radamés Gnatalli, Silvio Caldas, Orlando Silva, Valdir Azevedo, Elizeth Cardoso, Zé Calixto, Altamiro Carrilho, entre outros. Participou de várias gravações realizadas pela gravadora CBS (atual Sony Music); e atuava em diversas casas noturnas do Rio de Janeiro, como o "Zicartola". Nas inúmeras gafieiras da vida, tocou ao lado de artistas como Roberto Carlos, Jair Rodrigues, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Beth Carvalho, Aracy de Almeida, Monarco, Nelson Gonçalves, Moreira da Silva, Nei Lopes, Wilson Moreira, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, dona Ivone Lara e Alcione, entre tantos outros artistas que ele mesmo não consegue datar ou lembrar.

Cresceu em meio às rodas de choro realizadas em sua casa; sua mãe tocava bandolim e seu pai violão e cavaquinho. Integra o grupo Chapéu de Palha, ao lado do irmão gêmeo Valdir Silva. Nos anos 1970 era freqüentador assíduo do Sovaco de Cobra, botequim no bairro da Penha, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, ponto de encontro de todos os chorões cariocas de diversas gerações. Entre alguns nomes de freqüentadores mais conhecidos, estão Abel Ferreira, Dino 7 Cordas, Joel Nascimento, Maurício Carrilho, Rafael e Luciana Rabello, Zé da Velha, Paulo Moura e Guinga, entre outros.
Integrou o grupo Fundo de Quintal, com o qual gravou dois discos em 1980. Ao lado da dupla de Zé da Velha e Silvério Pontes, gravou os CDs "Só Gafieira" (1995) e "Tudo Dança" (1998). Em 2010 lançou o CD "YV",  ao lado de Yamandú Costa. Produzido por Marcello Gonçalves, o disco foi lançado pelo selo MP, B e distribuído pela gravadora Universal Music.


Henry Lentino - Bandolim



Bandolinista e instrumentista de cordas dedilhadas em geral, arranjador, compositor e cantor, Henry tem mais de 20 anos de carreira. No Rio de Janeiro desde 2001, já tocou ao lado de artistas do samba, choro e MPB, como: Lenine, Zélia Duncan, Beth carvalho, Pepeu Gomes, Yamandú Costa, Armandinho, Guinga, Hamilton de Holanda, Marcelo D2, B Negão, Nelson Sargento, Noca da Portela, Teresa Cristina, Ana Costa, Gabriel Grossi, Zé da Velha e Silvério Pontes, Roberta Sá, Zé Paulo Becker, Farofa Carioca, Grupo Época de Ouro, Paulo Sérgio Santos, entre outros.

Henry produziu o disco Diálogos de um Chorão, homenagem ao veterano Valter Silva, carioca, com mais de 50 anos de carreira, lenda viva do violão 7 cordas, em parceria com o também carioca Diego Zangado, bateria e percussão. O nome do disco é inspirado no livro Diálogos de Platão, que considerava a forma do diálogo como a melhor para a expressão e transmissão de sua filosofia; e é também desta forma que o mestre se reúne com seus discípulos. A interação nesse ousado trio,  um verdadeiro “power trio” de choro,  é uma troca onde dois músicos de uma nova geração com outro que é uma grande referência do choro e do violão brasileiro, revivem e criam uma nova abordagem que não se prende ao choro tradicional, muito pelo contrário: mistura o clássico com o contemporâneo, Pixinguinha com salsa, Jacob do Bandolim com rock e até um “pancadão” funk.

O grupo de choro contemporâneo “Tira Poeira”, considerado um dos grupos mais importantes do movimento de revitalização da Lapa (bairro tradicionalmente boêmio do Rio), fundado por Henry em 2001, tem 2 álbuns pela gravadora Biscoito Fino (2003 e 2008), com participações de nomes como Teresa Cristina, Olivia Hime e Lenine. Com o grupo participou do CD “Brasileirinho” (2003) e no DVD “Brasileirinho ao Vivo”, de Maria Bethânia (2004), gravado no Canecão, tendo se apresentado também em Portugal; do CD “Canção Transparente”, de Olívia Hime (2004); do TIM Festival (2003); já tocou no Haiti, Paraguai e Uruguai e foi indicado ao Prêmio Tim 2003 de melhor banda de música regional.
Gravou nos discos de Maria Bethânia, “Pirata” (2006) e “Que falta vocês me faz – músicas de Vinícius de Moraes” (Biscoito Fino, 2005); Edu Krieger, “Correnteza” (Biscoito Fino, 2009); “Caio Marcio”, (Biscoito Fino, 2004); Zé Renato, “Filosofia” (2000); “Cartografia Musical Brasileira” (Rumos Itaú Música, 2001); além de outras gravações com Nicolas Krassik, Pedro Holanda, Marquinho de Osvaldo Cruz, Ana Martins, entre outros; e coletâneas de choro e samba no Sul e do Clube do Choro de Porto Alegre (1998).

Em 2008, se apresentou com a Orquestra da Petrobrás e OSPA, homenageando o compositor Müller, no Conserto das “Mil Vozes”, no teatro Municipal do Rio de Janeiro e na Praia de Copacabana. Também acompanhou o grupo de choro “Época de Ouro”, criado pelo mestre Jacob do Bandolim.
Foi professor de cavaquinho na Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e da ONG “Toca o Bonde – Usina da Gente” criada pelo pianista Leandro Braga em 2001, atendendo a jovens e crianças carentes das comunidades de Santa Teresa, Catumbi e Rio Comprido, no Rio de Janeiro.

Gaúcho, de Porto Alegre, toca desde os 5 anos de idade e aos 11 anos já se destacava atuando no grupo Reminiscências, liderado por seu professor, Luis Machado, apresentando-se em diversos lugares no Rio Grande do Sul e também nos EUA, onde apresentaram música brasileira em clubes e universidades. Acompanhou e gravou com artistas locais na sua adolescência, como Ilse Lamberth, Muni, Lúcio do Cavaquinho, Márcio Celli, Plauto Cruz, professor Darci, entre outros. Nessa mesma época compôs seu primeiro choro, conquistando o 3º lugar no Festival de Choro de Porto Alegre e a indicação a revelação no Prêmio Açorianos, um dos principais da cidade e acompanhou diversos artistas do Clube do Choro.

Diego Zangado - Percussão


Desde 2002 toca com o grupo de samba Casuarina, tendo gravado os dois discos do grupo, um deles vencedor do prêmio RivalBR e finalista do Prêmio TIM. Gravou também o DVD “MTV apresenta Casuarina” (2009), que traz sua composição “Vaso Ruim”, parte da trilha sonora da novela “Caminho das Índias”, da rede Globo; e o novo disco do grupo, “Trilhos”, que será lançado em outubro de 2011 pela Warner Music, cuja música título do CD é de sua autoria.

É endorser dos pratos Bosphorus Cymbals.

Desde 2004 toca com o maestro e compositor Francis Hime, tendo apresentado com ele seus últimos quatro trabalhos pelo Brasil e Europa. Em 2008 gravou o CD e DVD “Palavras de Guerra ao vivo”, da cantora Olivia Hime, pelo selo Biscoito Fino, fazendo também shows com esse trabalho. Acompanha o compositor Elton Medeiros em seu trabalho em homenagem aos 100 anos do compositor Cartola, comemorado em 2008. Gravou também o disco solo do violonista Caio Marcio, pelo Selo Biscoito Fino, indicado ao prêmio TIM de 2004.

Ainda como instrumentista Diego Zangado já dividiu palco com: Lenine, Guinga, Gabriel O Pensador, Maria Rita, Sandra de Sá, Alcione, Wagner Tiso, Monarco da Portela, Nelson Sargento, Paulinho Moska, Wilson Moreira, Moraes Moreira, Elza Soares, Arlindo Cruz, Almir Guineto, Zé Renato, no choro já tocou com Joel Nascimento, Paulo Sérgio Santos, Galo Preto, Afonso Machado, Cristóvão Bastos, Água de Moringa, Tira Poeira entre outros.

É também professor de música, já ministrou workshops de bateria brasileira no Conservatório de São Luiz de Maranhão, em escolas de Belém do Pará e Santarém, no Pará; tendo inclusive alunos americanos. Antes de trabalhar com música popular teve formação erudita, tendo estudado percussão sinfônica e bateria com músicos com reconhecida atuação na música clássica. Possui um vasto material de pesquisa em ritmos brasileiros e sua adaptação para a bateria.